Capturado por um bruxo e mantido prisioneiro por cerca de 100 anos, Morpheus enfim encontra a sua liberdade. Porém vê seu reino, o Sonhar, devastado, e para recuperá-lo precisa de sua algibeira, elmo e de seu rubi, que foram retirados dele enquanto estava em cárcere. Para isso, terá que partir em uma jornada de vingança, conhecimento, empatia e de esperança.
Por muitos anos Sandman do Neil Gaiman foi tido como inadaptável, assim como o Watchmen de Alan Moore. Porém a indústria audiovisual não para e as duas acabaram sendo adaptadas.
Enquanto o filme de 2009 é um problemático estudo que prima mais pela estética do que pela coesão textual, a série soube manter a essência das HQs, apesar de readaptar diversas passagens da obra original.
Dois episódios que podem impressionar a audiência acontecem um na sequência do outro. O "24/7" é sobre um fugitivo do hospital psiquiátrico, que está sob o poder do rubi tão procurado pelo Morpheus, e que em posse dele pode manipular as pessoas revelando seus sonhos mais íntimos.
O misterioso homem usa os poderes em frequentadores de uma cafeteira, afetando suas relações e pondo suas vidas em risco.
E também temos o emocionante "O Som das Asas Dela", no qual temos o vislumbre da Morte, irmã mais velha de Sandman, assim como a personagem revelando o porquê de usar uma representação antropomórfica tenra e agradável antes de levar as pessoas mortas.
Além do encontro do perpétuo dos sonhos com um amigo imortal ao longo dos séculos, terminando o episódio com uma valorosa alegoria sobre a importância da amizade.
A first season de Sandman é uma ótima adaptação das HQs do Neil Gaiman, com um elenco corretíssimo e modificações que não alteram a compreensão da trama. Em alguns momentos é pouco inventivo e tem episódios arrastados, mas nada que prejudique o resultado final. Afinal de contas nem Morpheus é perfeito.
Nota 8,0