Elementos | Crítica

Em "Elementos" somos apresentados aos protagonistas Faísca (Leah Lewis) e Gota (Mamoudou Athie), um casal que teria tudo para dar errado, uma vez que pertencem a elementos opostos: fogo e água. 

Mas, como em toda comédia romântica, vão descobrir que são feitos um para o outro.

Um dos grandes problemas do longa animado é o seu ritmo. Por se tratar de uma produção infantil, o início pode ser considerado lento e pouco cativante para esse público.

Além disso, perde-se a oportunidade de desenvolver o mundo em que os elementos vivem, restando apenas um pequeno resumo.

Não se explica, por exemplo, por que o povo do fogo sofre preconceito. É possível supor que o motivo seja o potencial incendiário que eles têm, mas essa reflexão dificilmente partiria de uma criança.

Outro ponto complicado para a trama é a falta de um desafio/antagonista bem definidos. Como em qualquer comédia romântica, há apenas um conflito que coloca em cheque as convicções do casal para posterior reconciliação no final.

O ponto de maior destaque de "Elementos" é o seu subtexto, que acaba sendo muito interessante. Tudo leva a crer que a cidade retratada na história seja uma espécie de Nova York e que os elementos sejam representações dos vários grupos de imigrantes que a metrópole comporta. Cada tipo de elemento representa uma etnia ou uma amalgama delas.

Acho interessante essa leitura, apesar de ser pouco desenvolvida e ficar nas entrelinhas. Talvez, se essa construção de mundo fosse o ponto de partida para a história, teríamos uma narrativa mais interessante.

Nota: 6

"Elementos" está em exibição nos cinemas.