Em "The Flash", o super-herói velocista Barry Allen (Ezra Miller) descobre que possui o poder de viajar no tempo e, assim, tenta voltar ao passado para impedir o assassinato de sua mãe, Nora Allen (Maribel Verdú), que também resultou na prisão de seu pai Henry Allen (Ron Livingston).
No entanto, o plano dá errado e ele acaba sendo transportado para outro universo, alterando a linha temporal de uma realidade diferente da sua.
O maior desafio do diretor Andy Muschietti é apresentar uma história de multiverso que seja realmente boa e capte a atenção do público. Infelizmente, o longa acaba enfrentando o mesmo problema de outras produções que abordaram o mesmo tema.
Os multiversos são apresentados em abundância, mas cada um fica em seu próprio quadrado, sem uma interação muito significativa entre eles.
A participação do icônico Batman (Michael Keaton) dos filmes de Tim Burton não é muito diferente do que foi feito com Tobey Maguire e Andrew Garfield no último "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa".
É incrível ver o veterano ator vestindo novamente o traje do Batman, mas isso se resume a uma participação especial, sem explorar de fato o conceito de multiverso.
Além disso, fica a sensação de que seria mais impactante ver uma produção em que ele fosse o protagonista.
Outro problema do longa são seus efeitos especiais. Com um orçamento de cerca de 200 milhões de dólares, o CGI deixa a desejar. Algo que todas as produções de super-heróis têm pecado há algum tempo.
Logo no início, há uma cena em que o Flash precisa salvar bebês em um hospital que está desmoronando. E esses bebês criados por computação gráfica são terríveis.
Contudo, isso até poderia ser relativizado se a história fosse melhor desenvolvida.
A grande cereja do bolo são as participações especiais no final. A sessão vibrou ao ver Christopher Reeves e Helen Slater caracterizados como Superman e Supergirl.
O mesmo acontece com Nicolas Cage, também como Superman, lutando contra uma aranha gigante, algo que foi imaginado para o malfadado "Superman Lives", cancelado apenas três semanas antes das filmagens.
Entre outras participações rápidas, como o Batman dos anos 60 de Adam West e o que pode ter sido apenas uma brincadeira ou uma inócua tentativa de introdução de Eobard Thaene, o Flash Reverso.
Posto isto, "The Flash" até pode divertir o público, mas devido a um multiverso de problemas, desde escândalos criminais envolvendo seu ator protagonista até a morte do universo cinematográfico que tentou, de maneira errática, reproduzir o sucesso da concorrente Marvel, agora parece ser o fim para essa encarnação do herói mais rápido do mundo.
Nota:5,5
"The Flash" estréia quinta-feira, 15 de junho nos cinemas.