O Exorcista: O Devoto | Crítica

Em "O Exorcista: O Devoto", acompanhamos o retorno das amigas Angela e Katherine às suas casas após ficarem desaparecidas por três dias. No entanto, as meninas não voltam como eram antes. 

Para resolver a questão, um padre, uma ex-freira, um pastor e um líder religioso de uma religião de matriz africana são recrutados para expurgar uma entidade demoníaca que possuiu as jovens.

O diretor do longa é David Gordon Green, responsável pela nova trilogia de "Halloween", que resgata a protagonista original da franquia vivida pela "Rainha do Grito", Jamie Lee Curtis.

Em "O Exorcista: O Devoto", para estabelecer uma conexão com o clássico "O Exorcista" de 1973, a personagem Chris MacNeil (Ellen Burstyn), a mãe de Regan (Linda Blair), é resgatada para a história.

Entretanto, por mais que o filme original de William Friedkin figure entre os mais memoráveis da história do terror, a franquia "O Exorcista" está longe de ter o mesmo impacto. E o retorno de Ellen Burstyn como a “mãe original” depois de 50 anos não parece ter tanto apelo para as gerações mais novas.

Nesse sentido, um dos grandes problemas de "O Exorcista: O Devoto" é tentar ser uma continuação direta do filme de 1973, uma vez que falha em estabelecer uma boa conexão com a obra original.

Outro problema está relacionado ao papel da Igreja Católica, pois o exorcismo explorado pela série "O Exorcista" e até por outras produções sempre exploraram o tema sob o rito do catolicismo.

Em vez da clássica figura do exorcista enfrentando a entidade demoníaca, agora temos uma miscelânea de religiões envolvidas, com um time de seus representantes. Isso desvia o foco da trama e também faz com que seja necessário administrar o tempo de tela com essa multidão de personagens.

Portanto, "O Exorcista: O Devoto" infelizmente não entrega um bom filme de terror. Ao optar por ser um "Avengers religioso", se distancia da imersão atmosférica minimalista de um dos maiores clássicos do cinema.

Nota: 2