Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes | Crítica

Após "Harry Potter" e "Senhor dos Anéis", a saga "Jogos Vorazes" emergiu como o mais significativo sucesso literário nas telonas deste século. Agora, após uma quadrilogia de filmes concluída em 2015, a franquia ressurge oito anos depois. 

No entanto, não para dar sequência à história de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), mas sim para explorar a origem do Presidente Snow, anteriormente interpretado por Donald Sutherland.

Em "Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" adaptação do último livro de Suzanne Collins, descobriremos como o Presidente Snow se tornou o homem que conhecemos nas histórias originais. 

A trama se desenrola durante a décima edição dos Jogos Vorazes, 64 anos antes da primeira aventura, acompanhando Coriolanus Snow (Tom Blyth) aos 18 anos. 

Surpreendentemente, antes de tornar-se presidente, ele foi um mentor que ajudou Lucy Gray Baird (Rachel Zegler) a se tornar a nova campeã dos jogos.

Enfrentando o desafio da adaptação de uma obra de sucesso, a produção do filme optou por trazer o diretor Francis Lawrence (Jogos Vorazes: Em Chamas e A Esperança parte 1 e 2) para comandar o novo longa, buscando manter a qualidade dos filmes anteriores. No entanto, isso não garante sucesso.

Um dos grandes problemas do novo filme é a falta de química entre os atores principais. Infelizmente, Tom Blyth e Rachel Zegler não conseguem transmitir uma sintonia convincente como um casal apaixonado, comprometendo a carga emocional que o roteiro exige.

Da mesma forma, o uso das músicas também é um ponto negativo. Apesar de o livro conter músicas, o diretor não consegue integrá-las ao filme, criando a sensação de um musical, o que pode desconectar o público.

Outra questão é a falta de desenvolvimento do mundo apresentado. Embora isso não afete quem já conhece a franquia, o filme não visa exclusivamente os fãs. Por exemplo, por que os amigos de Snow não sabem que ele está empobrecido? Como ele chegou a essa situação? E como foram introduzidos os Jogos Vorazes?

Além disso, há uma falta de desenvolvimento para outros personagens e uma subutilização do elenco de apoio.

Contudo, nem tudo são problemas. Como de costume, a atriz Viola Davis, no papel de Dra. Volumnia Gaul, entrega uma ótima atuação. Cada aparição da atriz é uma demonstração do porquê ela é considerada uma das grandes da atualidade. 

Outro destaque vai para o ator Jason Schwartzman, como Lucky Flickerman, que apresenta a dose certa de humor para o filme.

Portanto, "Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" tem tudo para agradar aos fãs, que provavelmente ficarão ansiosos para que a autora continue escrevendo novas histórias a serem adaptadas ao cinema. No entanto, resta saber se será o suficiente para garantir a adesão de uma nova geração de público á franquia.

Nota: 6

"Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" está em exibição nos cinemas.