Meu Sangue Ferve por Você | Crítica



    As comédias românticas estão em baixa, perdendo o espaço que antes era garantido nas salas de cinema. Mas, no dia 30, estreia no país uma comédia romântica nos moldes antigos, para toda a família: “Meu Sangue Ferve por Você”, baseada na vida do grande Sidney Magal.

    Logo no início do filme, somos avisados de que se trata de uma “fábula Magalesca”, e esse é o trunfo do filme dirigido por Paulo Machline. Não é uma cinebiografia; é uma comédia romântica com elementos reais, que, neste caso, são um recorte da vida do cantor Sidney Magal e de sua esposa Magali. A história de amor dos protagonistas ganha um ar de fábula para contar uma linda história com muito humor e números musicais envolventes.

    Em 1979, Magal, um dos artistas mais populares do país, segue a rotina de shows e compromissos em Salvador. Durante um programa de TV, conhece a deslumbrante Magali e é acometido por uma paixão avassaladora. Para conquistá-la, precisará vencer a resistência de Jean Pierre, seu empresário passional, além da desconfiança da família, amigos e da própria Magali. Embalado por grandes sucessos, "Meu Sangue Ferve por Você" narra os encontros e desencontros dessa explosão de amor que mudará para sempre a vida do casal.

   Machline consegue equilibrar muito bem sua narrativa entre comédia, romance e números musicais, tudo em 1h30 de filme, num ritmo agradável e sem cansar o público. Todo o tempo de tela é muito bem utilizado pelo diretor, que não esticou a duração do filme, o que é um acerto para sua trama bem amarrada. Isso é ainda mais relevante, considerando a possibilidade de uma minissérie no streaming StarPlus.


    Outro acerto da direção é a escolha da narrativa. Diferente de filmes como “Mamonas Assassinas - O Filme”, “Nosso Sonho” e “Meu Nome é Gal”, que seguem a história de vida do cantor, Machline opta por utilizar elementos reais da vida de Magal e transformar esse recorte em uma história de amor, tomando a melhor decisão para sair da fórmula tradicional ao retratar a vida dos artistas.

  O elenco é outro ponto forte. Felipe Bragança, que interpreta Magal, se destaca especialmente nas cenas de canto e dança. Embora ele próprio admita em entrevista que não se acha parecido com o cantor, sua performance compensa qualquer falta de semelhança física. Felipe entrega uma atuação convincente e brilhante, principalmente quando solta a voz. O mesmo se aplica a todo o elenco. Giovana Cordeiro, no papel de Magali, a futura esposa de Magal, não é apenas uma coadjuvante; sua personagem tem grande destaque e é essencial para o desenvolvimento da trama. Caco Ciocler, Emanuelle Araújo, Sidney Santiago e Sol Menezzes também brilham, mostrando uma ótima sinergia em cena e contribuindo para a narrativa.

    O filme apresenta seis músicas que são distribuídas de forma orgânica ao longo da história. Com muita dança e carisma, as cenas musicais são cativantes, convidando o público a cantar junto com os atores os grandes sucessos de Magal. Durante a exibição do filme, pude observa que a cada música, o público, se segurava para não bater palmas, para acompanhar o ritmo das canções.

    É importante ressaltar que, embora lide com personagens reais, o longa é uma ficção que toma licenças poéticas para contar de forma divertida e descontraída a história de como Magal se apaixonou por Magali e como os dois ficaram juntos até hoje, formando sua família. Não se esqueçam: é uma fábula Magalesca.

    Meu Sangue Ferve por Você é a escolha ideal para o feriado prolongado, com estreia marcada para o dia 30 de maio. Com uma trama leve e descontraída, o filme certamente agradará não apenas aos fãs do cantor, mas também conquistará novos admiradores.

O filme possui uma cena pós-créditos muito boa, que vale a pena esperar. Antes que perguntem, não é o Magal sendo recrutado para a Iniciativa BregaMusic.

Nota: 7