O Dublê | Crítica


    No início da década de oitenta, o produtor Glenn A. Larson (Magnum, Super Máquina e Battlestar Galactica) lançava no canal ABC a série de TV "The Fall Guy", que ficou conhecida no Brasil como "Duro na Queda". O programa era protagonizado pelo ator Lee Majors, famoso pela série "O Homem de Seis Milhões de Dólares".


    Agora, quarenta e três anos após o lançamento de "The Fall Guy", na TV, o diretor David Leitch ("Trem-Bala") apresenta uma adaptação estrelada por Ryan Gosling, Emily Blunt, Aaron Taylor-Johnson e Hannah Waddingham. Na trama, acompanhamos Colt Seavers (Gosling), que sofre um grave acidente que quase acaba com sua vida. Agora, ele volta às produções cinematográficas para descobrir o paradeiro de um astro de cinema desaparecido.



    Um dos pontos positivos do novo longa dirigido por David Leitch é a sua trama e a dupla Gosling e Blunt. Drew Pearce ("Homem de Ferro 3") consegue, com seu roteiro, apresentar uma trama divertida que permeia entre a ação e a comédia romântica, sem exagerar na dose, tudo muito bem balanceado, com uma dose de investigação. A premissa da série ajudou o roteirista a entregar uma boa história, que convence, de certa forma, que os eventos da trama sejam aceitos, devido ao filme ser focado em um dublê. Então, quando vemos Colt Seavers ser atropelado por um carro e não sofrer nenhum arranhão, aceitamos o fato pelo mesmo ser um profissional.


    Tudo isso funciona muito bem por causa da química dos atores principais. Ao contrário do dublê interpretado por Ryan Gosling no filme "Drive" (2011), seu personagem era marcado pelo ar sério e discreto. Em "O Dublê", seu personagem Colt Seavers é um cara divertido e um bobo apaixonado pela sua colega de set, a diretora assistente Jody Moreno (Blunt), que acaba sendo realmente uma coadjuvante para que seu colega brilhe no papel do dublê apaixonado. A trama que se desenvolve para nos levar às cenas de ação é boa e justifica a porradaria do filme.




     O roteiro ainda encontra tempo para realizar homenagens e cutucar o ator Tom Cruise e suas supostas cenas de ação. Mas nem tudo são flores. Infelizmente, a trama se estende demais e acaba dando umas barrigadas porque precisa justificar suas duas horas e seis minutos. O filme poderia ter pelo menos uma hora e quarenta que estava de bom tamanho.

"O Dublê" é a pedida do final de semana, para quem busca diversão no cinema e passar o tempo de forma agradável.

 

Nota: 7/10