O Estação Net está lançando uma nova iniciativa chamada “Sessão Grandes Docs”, uma excelente oportunidade para os amantes de documentários. Um dos destaques é "Ospina Cali Colômbia", dirigido pelo português Jorge Carvalho. Este documentário aborda a vida do cineasta colombiano Luis Ospina e será lançado no dia 23 de maio. Estudantes do ensino médio e universitário podem assistir por apenas R$ 5,00.
Vivemos em um mundo onde as referências cinematográficas frequentemente giram em torno de nomes como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e Steven Spielberg, como se o cinema fosse uma invenção exclusivamente estadunidense e como se apenas os diretores de Hollywood dos anos 70 tivessem genialidade cinematográfica. No entanto, existem muitos outros diretores fora do circuito hollywoodiano da mesma época que transformaram e revolucionaram o cinema à sua maneira, mas que, infelizmente, ficam fora dos holofotes do grande público. Um exemplo é Luis Ospina, diretor colombiano e figura central do documentário.
O amor de Ospina pelo cinema vem desde a sua infância, seja nas idas ao cinema ou no seu primeiro contato com uma câmera de 16mm, uma Kodachrome, que seu pai havia comprado. Ele começou a realizar filmes com seus amigos. Um ponto interessante a ser destacado é a similaridade entre o início do contato com o cinema de Ospina e Spielberg. Ambos, filhos de engenheiros e privilegiados, começaram a realizar pequenos filmes quando jovens. No entanto, apesar dessas semelhanças, eles viviam em mundos diferentes e enxergavam o cinema de maneiras distintas.
Ospina faz parte de uma geração que presenciou muitas mudanças. O diretor pôde observar de perto muitos dos acontecimentos que marcaram a sociedade estadunidense, fato que lhe foi possível porque estudou nos EUA. Contudo, o cineasta não virou as costas para suas raízes e voltou para seu país para usar a realidade local em seus filmes e realizar suas denúncias.
Muitas das críticas que Ospina registrou com seus filmes aos movimentos que surgiram na filmografia colombiana incluem a venda da pobreza do povo por meio de documentários para o estrangeiro e a possível glamorização do tráfico de drogas. Essas são algumas das abordagens cinematográficas que vemos no cinema nacional. Filmes que parecem críticos, mas que, na verdade, lucram com elementos oriundos da desigualdade social. Foi com uma dessas críticas que o cineasta apresentou o curta-metragem “Os Vampiros da Miséria”, de 1977.
O documentário de Jorge Carvalho não apenas conta a história do diretor Luis Ospina, mas também um pouco da história do cinema colombiano e de seus primeiros grupos de diretores e críticos. Apresenta os motivos pelos quais a América do Sul tem uma relação um pouco complicada com a produção de filmes.
Nota: 7,5/10