Golpe de Sorte em Paris | Crítica

Em "Golpe de Sorte em Paris", acompanhamos o encontro acidental entre Fanny (Lou de Laâge) e Alain (Niels Schneider), dois antigos colegas de classe que nunca haviam se visto desde a adolescência.

Fanny vivia entediada em uma vida "encastelada" por mimos luxuosos e materialistas oferecidos por seu marido Jean (Melvil Poupaud), um agente financeiro cujo trabalho é "fazer os ricos ficarem ainda mais ricos", que a trata como um bibelô. 

No entanto, Jean parecia ser um porto seguro após um divórcio traumático. Apesar de excessivo, o zelo de Jean era justamente o que faltara em seu primeiro casamento.

Diante disso, não é surpresa que Fanny fique balançada ao reencontrar Alain, que agora é um escritor romântico e boêmio, desprendido até mesmo de ter uma residência fixa. Já no primeiro encontro, ele confessa que tinha uma "paixonite" por ela na época da escola.

Assim, surge um clássico conflito interno. Com Alain, Fanny come sanduíches em bancos de praça, enquanto ao lado do marido frequenta as enfadonhas rodas da alta sociedade. Um acredita no acaso do destino, enquanto o outro defende que tudo o que acontece é fruto de nossas escolhas.

Paralelamente aos encontros entre Fanny e Alain, também se desenvolve a trama do marido desconfiado, o que acabará revelando muito de seu passado. 

Jean contrata uma agência de detetives particulares, iniciando uma investigação que mudará significativamente o desenrolar da história, contrastando com as expectativas criadas pelo enredo inicial, em uma divertida comédia de erros.

Portanto, em seu 50º filme, Woody Allen apresenta um roteiro repleto de seus próprios clichês, o que é satisfação garantida para os fãs de sua cinematografia. 

Uma comédia aconchegante de infidelidade conjugal, com uma investigação levemente rocambolesca e um embate de diálogos antagônicos entre o racional e o passional.

"Golpe de Sorte em Paris" estreia dia 19 de setembro nos cinemas.