Malu | Crítica


    Estreia hoje, 31 de outubro, nos cinemas o longa "Malu", dirigido por Pedro Freire e protagonizado por Yara de Novaes, Carol Duarte e Juliana Carneiro da Cunha. O filme é inspirado na vida da atriz Malu Rocha, mãe do diretor, e traz um retrato intimista e envolvente de uma mulher em crise existencial, explorando as complexas relações com sua mãe conservadora e sua filha adulta.

    Malu, uma mulher de meia-idade com um passado glorioso, encontra-se aprisionada em um caos interno. Em meio aos conflitos e momentos de ternura entre as três gerações de mulheres, ela busca uma versão mais plena de si mesma. A narrativa tece um estudo delicado sobre laços familiares, afetos e angústias, refletindo uma experiência universal.

    O elenco se destaca pela sua ligação com o teatro, o que agrega uma profundidade dramática ao filme. Yara de Novaes entrega uma performance poderosa e emocional, impregnando Malu com um realismo cru que torna a personagem palpável. Sua atuação carrega a experiência do palco, permitindo que o público sinta as nuances de sua dor e complexidade. Pedro Freire, ao convocar esse elenco teatral, amplia a imersão e leva à tela um retrato visceral e poético das relações familiares.

    Carol Duarte, com uma carreira crescente desde sua estreia em A Força do Querer, continua a impressionar. Em "Malu", ela traz força e vulnerabilidade à filha da protagonista, reafirmando sua versatilidade tanto no cinema quanto no teatro. Juliana Carneiro da Cunha também merece menção especial; sua personagem revela camadas sutis, que inicialmente despertam empatia, mas aos poucos revelam uma personalidade multifacetada.

    Além de ser um retrato pessoal e íntimo, "Malu" toca em temas que ressoam com muitas famílias brasileiras. A universalidade dos conflitos abordados garante a conexão do filme com o público, tornando-o uma experiência envolvente e emocionante, que conquistou elogios nos festivais pelos quais passou.

    Para quem procura uma boa pedida para o final de semana, "Malu" é um filme imperdível que merece ser assistido na tela grande, onde seu impacto visual e emocional ganha ainda mais força.


Nota: 8,0