Apple TV+: Um Tesouro Esquecido do Streaming


    A Apple é mundialmente conhecida por seus produtos icônicos, como o iPhone, o iPad e o MacBook, que, apesar dos preços altos, despertam desejo e são amplamente associados ao status social que conferem. No entanto, um dos produtos da marca – o serviço de streaming Apple TV+ – continua longe de ser um sucesso entre o público, mesmo sendo o mais acessível em termos de custo.

    Lançada há cinco anos(comemorados hoje. dia 1 de novembro de 2024), a Apple TV+ surgiu como uma alternativa ao streaming da Netflix, chegando a mais de 100 países, incluindo o Brasil, e estreando com uma programação original aclamada, como The Morning Show, Dickinson, See, For All Mankind e The Elephant Queen, tudo por um preço inicial de R$ 9,90. Entretanto, apesar da qualidade de seus conteúdos e de séries aclamadas, como Ted Lasso e Ruptura, a plataforma ainda não atingiu a popularidade de outras gigantes do setor. Dados do JustWatch indicam que, no Brasil, a Apple TV+ conquistou uma fatia do mercado, mas ainda bastante tímida em comparação à concorrência. Segundo uma matéria da revista Exame, a audiência mensal da Apple TV+ equivale ao que a Netflix alcança em um único dia.

    Um dos motivos para esse desempenho discreto parece ser o apelo mais restrito dos títulos da Apple TV+, que priorizam qualidade e inovação, mas sem atrair grandes massas. Sucessos como Ted Lasso, que abordam o futebol, um tema popular, conseguiram romper essa barreira, mas outras produções, como For All Mankind e Fundação, focadas em ficção científica, não despertaram o mesmo interesse entre o público geral. Além disso, o catálogo restrito, composto apenas de produções originais, limita a plataforma: muitos assinantes consomem rapidamente os títulos disponíveis e acabam cancelando o serviço.

    Apesar desses desafios, o catálogo da Apple TV+ oferece produções de alta qualidade, que muitas vezes passam despercebidas pelo grande público. Um exemplo disso é The Morning Show, estrelada por Jennifer Aniston e Reese Witherspoon. A trama acompanha Alex Levy, âncora de um programa matinal de sucesso, que enfrenta uma crise após o escândalo de assédio envolvendo seu parceiro de longa data. A chegada de Bradley Jackson, uma repórter impulsiva, intensifica a rivalidade e transforma o programa em um campo de disputas, onde ética, segredos e ambição são colocados à prova. The Morning Show aborda temas contemporâneos com profundidade e é um dos destaques da plataforma.

    Outro sucesso menos conhecido é Slow Horses, baseada na obra de Mick Herron. A série, que está em sua quinta temporada, é protagonizada por Gary Oldman, interpretando Jackson Lamb, o líder de uma equipe de agentes do MI5 exilados em um departamento marginalizado após fracassos em suas carreiras. Esses "desajustados" recebem a chance de provar seu valor quando uma ameaça coloca a Inglaterra em risco. A trama de espionagem é marcada por intrigas políticas e por um ritmo ágil, com episódios que prendem o público ao final de cada temporada e, ao fim, disponibilizam o trailer da próxima, mantendo a curiosidade dos assinantes.

    Diferente de The Penguin, da Max, que é um sucesso popular mais voltado ao entretenimento do que à qualidade, Slow Horses combina uma narrativa envolvente com uma crítica afiada, o que atrai espectadores interessados em thrillers de espionagem bem construídos. A série é uma recomendação especialmente relevante para quem busca produções de qualidade no Apple TV+, que atualmente custa R$ 21,90. Para novos assinantes, vale experimentar o serviço por dois meses, explorando o catálogo que inclui séries premiadas como The Morning Show, Ruptura, Ted Lasso e, claro, Slow Horses – uma experiência diferente do habitual e que talvez surpreenda aqueles que buscam mais do que entretenimento convencional no mundo do streaming.