Operação Natal | Crítica


    

Já é Natal na Leader, e com esse clima natalino em pleno novembro, chega hoje aos cinemas o longa Operação Natal. No elenco estão Dwayne Johnson, mais conhecido como The Rock, Chris Evans, Lucy Liu e J.K. Simmons. Na trama, após um sequestro chocante que abala o Polo Norte, o comandante da Força-Tarefa ELF, Callum Drift (Dwayne Johnson), precisa se aliar ao mais famoso localizado de tudo, Jack O'Malley (Chris Evans), para salvar o Natal de inúmeras crianças e adultos ao redor do globo. A vítima do sequestro é ninguém menos que o próprio Papai Noel, e, se essa dupla dinâmica não o resgatar a tempo, o Natal estará perdido.

    Com duração de 2 horas e 3 minutos, o longa protagonizado por The Rock e Chris Evans tinha potencial para ser um filme interessante e inaugurar uma franquia, mas acaba se perdendo em uma trama longa e desnecessária. O filme pode até agradar as crianças no início, mas o ritmo desacelera significativamente na fase de redenção do personagem de Chris Evans, o que pode cansar tanto o público infantil quanto o adulto. Em vários momentos, a impressão que fica é de que o filme teria melhor acolhida em um serviço de streaming. Essa é uma reflexão que se tornou comum com a expansão das produções originais de streaming, que muitas vezes oferecem a mesma qualidade cinematográfica e estrelam grandes astros, mas acabam não justificando uma experiência no cinema.

    O diretor Jake Kasdan, conhecido pelo remake de Jumanji, assumiu a responsabilidade de fazer de Operação Natal (Red One) um sucesso capaz de dar início a uma franquia. No entanto, desta vez, infelizmente, não conseguiu salvar o Papai Noel — nem o filme. A trama se apoia em clichês que tornam a experiência previsível e sem o brilho que se esperaria de uma produção natalina desse porte.

Um dos pontos mais interessantes do filme é a instituição M.A.R.A., uma espécie de "CIA" do mundo da fantasia, dedicada a proteger criaturas e figuras do universo mitológico. Essa organização é um elemento com potencial para expandir o universo do filme e dar início a uma franquia que poderia explorar outras figuras da fantasia, como a Fada do Dente, a Páscoa e até o Halloween. Infelizmente, com uma narrativa excessivamente calcada em clichês, Operação Natal talvez precise buscar uma sobrevida apenas nas plataformas de streaming.

    Além da M.A.R.A., o roteiro traz outros elementos atrativos, incluindo Papai Noel, Krampus (uma versão sombria do Papai Noel) e Gryla, uma figura mitológica que viaja em busca de crianças desobedientes, interpretada por Kiernan Shipka, da série Sabrina. Apesar desses elementos ricos e interessantes, o filme sofre com um CGI duvidoso e, sobretudo, com o excesso de fórmulas repetitivas.

    Operação Natal acaba por ser mais um filme de ação genérico que apenas adota uma roupagem natalina. O enredo segue o clichê dos filmes em que o presidente dos EUA — neste caso, Papai Noel — é sequestrado, e seu segurança precisa resgatá-lo com a ajuda de um aliado improvável. Protagonizado por The Rock e Chris Evans, o longa lembra uma versão natalina de Invasão à Casa Branca, com pitadas de O Ataque e Força Aérea Um.


Nota: 4,5/10