Estreou nos cinemas o filme Operação Natal, protagonizado por Dwayne Johnson (The Rock), Chris Evans, Lucy Liu e J.K. Simmons. Na trama, Papai Noel é sequestrado por um agente misterioso, e seu guarda-costas parte em uma missão para resgatá-lo, contando com a ajuda de um aliado improvável.
Dirigido por Jake Kasdan, Operação Natal apresenta uma narrativa natalina típica, mas embutida em um discurso propagandístico, promovendo os Estados Unidos como uma superpotência e reforçando a visão de um Natal ao estilo estadunidense. Ao observarmos o enredo, percebemos que, ao removermos os elementos natalinos, resta um típico filme de ação disfarçado de aventura festiva. Os personagens seguem o modelo clássico dos filmes de ação, substituídos de maneira inteligente para se ajustarem ao tema natalino.
Assim como em Invasão à Casa Branca, O Ataque e Força Aérea Um, Operação Natal traz uma trama em que um personagem-chave — no caso, Papai Noel — se vê exposto a riscos extremos em um local teoricamente inviolável, protegido por forças de elite. O Polo Norte é retratado como uma fortaleza segura e bem monitorada, pela Força-Tarefa ELF. Dwayne Johnson interpreta Callum Drift, o guarda-costas ideal para esse tipo de enredo: determinado, altamente capacitado e cético quanto ao significado de seu trabalho. Desiludido pelo aumento de crianças “malvadas” no mundo, ele está prestes a entregar sua carta de demissão, mas Papai Noel o convence a participar de uma última missão.
O filme emprega arquétipos comuns a produções de ação. Papai Noel assume o papel de uma figura de autoridade a ser protegida, como o presidente dos EUA nos filmes citados. Callum Drift, o "chefe da segurança" da Força-Tarefa ELF, é o agente de ação clássico. O trenó, chamado Red One, remete ao Força Aérea Um, o avião presidencial. A organização M.A.R.A., chefiada por Zoe (Lucy Liu), funciona como uma espécie de “CIA” desse universo, completando o cenário de ação e espionagem.
Produções como essa fazem parte da propaganda do cinema hollywoodiano, reforçando símbolos de poder, segurança e inviolabilidade, como a Casa Branca, o serviço secreto e o Força Aérea Um. Em Operação Natal, a mensagem vai além da superioridade desses elementos: o filme busca restaurar a fé de Callum nas instituições e, ao mesmo tempo, fazer com que seu parceiro cético, Jack O'Malley (Chris Evans), passe a valorizar o espírito natalino, mesmo sendo alguém que sempre duvidou da magia do Natal.
A propaganda cultural também é evidente, reafirmando a imagem de um Natal moldado por Hollywood, que pouco dialoga com a cultura e o clima de muitos países, inclusive o Brasil, mas que, aos poucos, se incorpora às celebrações locais.
Operação Natal é mais um filme hollywoodiano que, além de entreter, carrega uma série de mensagens propagandísticas — desde questões políticas até a perpetuação de valores culturais.