Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa | Crítica

    

Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa é uma celebração à infância brasileira, trazendo uma mensagem poderosa sobre união, preservação da natureza e a importância do aprendizado. Uma aventura emocionante que promete encantar crianças e adultos, conectando gerações pelo amor à cultura nacional.

 

    No cinema brasileiro, filmes infantis protagonizados por crianças são raros, mas essa realidade tem mudado. De uns tempos para cá, obras como "Turma da Mônica: Laços" e "Lições" trouxeram novo fôlego ao gênero, e agora é a vez de outra criação de Maurício de Souza ganhar sua versão em live-action: "Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa".

    Em "Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa" , a dor de cabeça de Chico Bento tem nome e sobrenome: Dotô Agripino, o arrogante coronel. Seu mimado filho, Genesinho, também contribui para tirar a paz do protagonista, interpretado por Isaac Amendoim. Quando Agripino coloca em risco a goiabeira de Nhô Lau, a coisa fica séria! Chico e sua turma precisam se unir para salvar a árvore tão querida.

    Um dos grandes destaques do longa-metragem é sua habilidade de abordar assuntos sérios de forma didática para as crianças, sem parecer bobo. Diferentemente dos dois filmes anteriores da "Turma da Mônica", que foram adaptações diretas de histórias do selo MSP, " Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa " apresenta uma trama original baseada no universo do personagem. Isso permitiu à equipe de roteiristas desenvolver uma narrativa mais livre, com tópicos relevantes e bem explorados.

     O roteiro, assinado por Elena Altheman, Fernando Fraiha e Raul Chequer, foca no destino da goiabeira de Nhô Lau, que está ameaçada porque Dotô Agripino planeja asfaltar trechos da cidade, incluindo a área onde a árvore está localizada. A goiabeira é o fio condutor de uma trama que explora valores essenciais como a importância de ouvir o próximo, a união em tempos de adversidade e a preservação da natureza.

    Dois temas se destacam na história. O primeiro é o conceito de progresso. Muitas vezes, o progresso é vendido como solução universal, mas pode esconder armadilhas. O roteiro explora bem essa ideia, mostrando como a "estrada nova" não é necessariamente um benefício para todos. O segundo tema é a aplicação do aprendizado escolar na vida real. As crianças utilizam o conhecimento adquirido nas aulas de geografia sobre mapas para resolver o problema central da trama. Essa abordagem é educativa e mostra que o que aprendemos em sala de aula pode ser muito útil no dia a dia.

     A direção de Fernando Fraiha é outro ponto alto. Responsável por filmes como "Bem-Vinda, Violeta" e o sucesso "Choque de Cultura", Fraiha conduz a narrativa de forma envolvente, equilibrando emoção, humor e mensagens importantes. Altheman e Chequer, com experiência em produções como "Irmão do Jorel" e "O Menino Maluquinho", garantem um roteiro divertido e emocionante.

    O elenco infantil é um dos grandes acertos do filme. Pedro Dantas, como Zé Lelé, entrega cenas hilárias e tem uma ótima química com Isaac Amendoim. Anna Julia Dias, que interpreta Rosinha, também merece elogios por sua atuação natural e cativante. As interações entre os três são orgânicas e garantem tanto risadas quanto momentos emocionantes.

     Um destaque especial vai para a Professora Marocas, vivida por Débora Falabella. A personagem é crucial na trama ao incentivar as crianças a usarem o conhecimento escolar para resolver o problema da goiabeira. Em tempos em que se questiona a relevância do aprendizado formal, o filme reafirma a importância da educação de forma inspiradora.

    "Chico Bento e a Goiabeira Maravilhosa" é a escolha perfeita para as férias de 2025. Com uma história envolvente, mensagens significativas e um humor que agrada a todas as idades, o longa é uma oportunidade única de levar toda a família ao cinema. Não perca a chance de reviver a magia de Chico Bento na tela grande e apresentá-la às novas gerações.

Prepare-se para muitas gargalhadas, emoção e reflexões úteis em uma grande aventura nacional! Lançamento nacional: 9 de janeiro

 Nota:8/10